Maior ar-condicionado do Rio resfria 17 milhões de pessoas por ano.

No aeroporto internacional do Galeão, isolado do público, dos carros e dos aviões, trabalha o maior ar-condicionado comercial do Rio.
Ele habita três edifícios, cada um com a altura de um prédio de três andares. Num primeiro edifício, existe na forma de seis máquinas, onde atuam os gases do processo de refrigeração. Nos outros dois, ele toma a forma de água, resfriada a 5ºC para ser enviada, por dois quilômetros de tubos, aos terminais de passageiros. Lá a água é convertida em ar frio.
Histórico
O sistema de ar condicionado foi inaugurado com o aeroporto em 1977 e ampliado em 1994, quando o segundo terminal foi construído. O projeto de expansão ficou a cargo do engenheiro Edison Tito Guimarães, de 68 anos, que preside a empresa Datum. Ele também assinou os sistemas do Projac, do Paço Imperial e do Hotel Fasano, também no Rio.
“Usamos um método chamado district cooling. Em vez de espalhar um monte de aparelhos, fizemos uma única grande central”, explica Guimarães.
Na época em que o aeroporto estava subjugado às dificuldades do serviço público, o sistema penou com a falta de cuidados. Ao ser assumido pela iniciativa privada, em agosto do ano passado, sobrevivia com apenas duas das seis máquinas. “Tivemos que alugar um aparelho extra no último verão”, lembra o engenheiro Antonio Cesar Maciel, de 59 anos, gerente de manutenção do aeroporto.
Potência
Hoje, corrido pouco mais de um ano, já é um sistema robusto e recauchutado. Funciona 24 horas por dia e gera 65 empregos diretos, gastando mais de R$ 1 milhão por mês em conta de luz. Tudo isso para resfriar 17 milhões de pessoas ao ano. Tem a temperatura medida em 60 pontos do aeroporto, e sua capacidade, de 8.160 toneladas de refrigeração, vai ultrapassar dez mil quando for concluída a obra de extensão do segundo terminal (para efeito de comparação, shoppings, estádios e galpões costumam ter três mil toneladas; edifícios comerciais, não mais do que duas mil).
“A temperatura do lado de fora é muito alta. Na pista, chega a mais de 50 graus. E o Terminal 2 é todo de vidro. Precisa de muita potência para refrigerar”, explica Maciel.
Manutenção
Quando deixa os 90 quilômetros de dutos que formam as entranhas do aeroporto, o ar do Galeão deve estar entre 23 e 25ºC. Para que isso ocorra dentro dos conformes, o sistema fica a cargo do coordenador de manutenção Jefferson Wanderley da Silva, de 57 anos (ele também cuida da água, do esgoto e da fiação elétrica do aeroporto).
Nascido em Natal, Silva começou a carreira no aeroporto, trabalhou em uma refinaria da Petrobras e voltou ao Galeão, onde hoje é coordenador de manutenção. Passou os 15 últimos anos cuidando do sistema de ar-condicionado. Hoje, sua equipe tem 61 pessoas.
“Todo o meu aperfeiçoamento técnico foi feito em função desse equipamento. Isso aqui é praticamente a minha vida” justifica o coordenador do ar-condicionado.
Créditos: Web Arcondicionado.

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